DICAS PARA FAZER ROTAS INTERNACIONAIS EM SEU CAMINHÃO
E aí, amigo(a) caminhoneiro(a), tudo bem?
Está pensando ou já pensou em fazer uma rota internacional? No post de hoje, vamos trazer tudo o que você precisa saber para não ter prejuízos e aproveitar ao máximo a sua viagem.
Como você já sabe, aqui no Brasil, temos uma área geográfica muito grande que também é cercada por vários países vizinhos. Por isso, o país mantém acordos históricos de transporte terrestre e, principalmente rodoviário, com praticamente todos os países da América do Sul.
Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), atualmente são 1.557 empresas brasileiras e 59.845 de frotas habilitadas a realizarem rotas internacionais.
Entrando mais no assunto, nada melhor do que ouvir a voz da experiência de quem já faz rotas internacionais regularmente e sabe tudo sobre esse mundo.
Convidamos Messias de Oliveira, caminhoneiro com mais de 30 anos de experiência na estrada e mais de 2 anos e meio com rotas internacionais, para contar um pouco da sua vivência.
Messias disse que fazer rotas internacionais é algo bem tranquilo, como por exemplo, na Argentina. Segundo ele, são poucos caminhões e as estradas são muito planas. Ao perguntarmos se é burocrático, ele disse que não e ainda soltou a seguinte dica: Carregar toda a documentação necessária e mantê-la em dia, facilita e ajuda na hora de comprovação de documentos! A única dificuldade que ele encontra são as paradas e locais para descanso com estrutura de banheiros para banho, por exemplo.
E A DIFERENÇA CULTURAL? SERÁ QUE IMPACTA?
Sim! Nosso entrevistado disse que é sempre bom conhecer o local e a cultura das pessoas antes de viajar, já que, em cada lugar, as pessoas se comportam e agem de diferentes maneiras, o que pode acabar afetando diretamente na rota. “Aqui, na Argentina, a cada 50km existem guardas e eles ficam posicionados no meio da pista com cones, já que não há guaritas igual normalmente vemos.” Também acrescentou que pode estar fazendo o clima que for, os guardas estarão lá, no meio da pista.
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APOSTE NO USO DA TECNOLOGIA!
Um bom GPS vai ajudar com qualquer imprevisto! Com toda certeza, viagens geram custos, e esses custos devem ser muito bem planejados para que não se transformem em um grande um prejuízo. Uma dica que damos é sempre pensar em sua rota com antecedência. Mesmo sabendo qual será sua origem e o seu destino, é importante planejar todo o trajeto a ser feito, evitando surpresas ao longo da viagem, como: obras, pedágios e etc.
Para um bom planejamento é essencial estar em dia com a lei, para não ter problemas durante a viagem. A ANTT é a principal reguladora da atividade de transporte Rodoviário Internacional, é ela que determina todos os procedimentos que devem ser seguidos para essas viagens. E fique tranquilo, amigo(a)! Citaremos os procedimentos logo mais embaixo!
Segundo a Resolução nº 1.474/06 e a ANTT, apenas empresas e cooperativas (pessoa jurídica) têm a autorização para o Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. Já transportadores autônomos não estão aptos a realizarem fretes internacionais.
Para ser cadastrado como um transportador internacional de cargas, a empresa que o motorista vai prestar o serviço deve obter duas licenças, nos termos da Resolução nº 5.840: a Licença Originária no Brasil e a Licença Complementar no país de destino; e, somente após a comprovação da obtenção dessas Licenças junto à ANTT, o transportador estará apto a operar.
Sobre Licença Originária:
No caso do Brasil, país de origem da empresa ou cooperativa interessada, é necessário o preenchimento dos requisitos estipulados nos acordos internacionais de transporte rodoviário de cargas, na Legislação Brasileira e na Resolução nº 1.474/06.
Sobre Licença Complementar:
Autorização concedida pelo país de destino ou de trânsito à empresa ou cooperativa que possui Licença Originária. Quando o Brasil é o país de destino, essa Licença é emitida pela ANTT.
Os veículos utilizados que vão realizar o Transporte Rodoviário Internacional de Cargas, devem estar em conformidade com a MERCOSUL/GMC/RES. N° 26/11.
Além das licenças, mais três documentos são essenciais para uma viagem internacional. São eles: Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), que nada mais é que um documento eletrônico que equivale à uma nota fiscal de prestação de serviço e pode ser usado para rodoviário, aéreo, ferroviário, hidroviário e dutoviário; o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e), que tem a finalidade de agilizar o registro em lote de documentos fiscais (ele também é emitido eletronicamente e é válido em todo o território brasileiro) e, por último, o Manifesto Internacional de Cargas / Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIC/DTA), que é a documentação de autorização da alfândega (é um formulário único, no qual apenas são conferidos a documentação e o lacre da carga, sem a necessidade da vistoria da carga em fronteira).
Os prazos para análise de de toda a documentação estão definidos na Ordem de Serviço SUROC/ANTT nº 002/2017 .
E, prestem atenção nesse detalhe abaixo, pessoal!
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Caso você não possua todos os documentos para o transporte rodoviário internacional, as consequências podem trazer muitos prejuízos ao transportador e, nessa situação, toda a carga fica parada na fronteira até que tudo seja regularizado.
O QUE DIZ O NOSSO ESPECIALISTA?
Crédito: https://gph.is/2pY3AO0
Ao perguntar ao nosso especialista Gustavo Baldin Bastos se existe um caminhão ideal para realizar esse tipo de rota, ele nos disse que: “Todos os nossos caminhões IVECO produzidos na América Latina estão aptos a suportar elevadas altitudes ou transitar ao nível do mar. Dessa forma, desde os veículos mais leves da gama até os mais pesados estão aptos para viagens internacionais.” Ele ainda afirmou que, para realizar viagens internacionais, “é imprescindível que a manutenção seja feita periodicamente e que todas as revisões estejam em dia.” Além disso, recomendou um sistema de navegação por GPS, um mapa com todos os concessionários IVECO disponíveis na região e um bom planejamento de rota.” Ele também disse que os itens obrigatórios para viagens internacionais dependem do percurso traçado, pois cada país possui uma legislação própria, com itens obrigatórios específicos para permitir o trânsito de veículos de carga em seu território. O motivo dessa proibição é um Decreto de Lei vinculado às relações políticas entre os países envolvidos.
Pronto, pessoal, agora que vocês já sabem tudo sobre como fazer uma boa viagem internacional seguindo todas as regras, já estão prontos para pegar estrada!
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Boa viagem e até a próxima! E vocês, o que acharam do texto? Tem mais alguma dica sobre rotas internacionais que queiram compartilhar com a gente?
[Iveco]